sexta-feira, 29 de julho de 2016

Reorganizar o ensino no Brasil





Hoje li uma matéria no UOL-Educação sobre a necessidade de reorganizar o ensino médio, gostei da proposta a ser discutida e aprovada.

Só não gostei da demora até concluir esse processo.

Tudo hoje anda a uma velocidade incrível e as mudanças necessárias não deveriam demorar tanto porque quando postas em prática podem ser já obsoletas e o cenário do momento demandar de novas mudanças.

Mas, fico com o positivo desta noticia: mesmo que demorem, elas chegarão.


domingo, 19 de junho de 2016

Novos formatos de cursos Online – Os MOOC


Em agosto de 2008, George Siemens e Stephen Downes  da University of Manitoba (Canada) organizaram  o curso online e aberto "Connectivism and Connective Knowledge" com 12 semanas de duração. Aproximadamente foram inscritos 2.300 interessados de diferentes partes do mundo.  Essa experiência foi o inicio dos cursos massivos online e abertos, - em inglês Massive Open Online Courses - MOOCs.

Porém, o grande sucesso foi do curso “Introduction to Artificial Intelligence” organizado em 2011 por Sebastian Thrun, professor de Stanford University, e Peter Norvig, director de pesquisa de Google. Em pouco tempo o curso tive 160.000 inscritos do mundo todo.

A partir desse momento surgiram as primeiras plataformas MOOCs: Coursera, Udacity (criação de Sebastian Thrun ) e edX, hoje bastante utilizadas. 

Em novembro de 2012, o jornal“The New York Times” proclamou esse ano como o ano do MOOC já que os provedores de cursos MOOC tinham um grande número de alunos. Por exemplo, o EDX tinha 370.000 alunos inscritos, o Coursera mais de 1,7 milhão e Udacity o montante de 150.000 alunos.

Desde seu lançamento, em 2012 até 2014, a plataforma Coursera ofereceu mais de 600 cursos de 108 universidades de todo o mundo para mais de 6,6 milhões de alunos.  Para o português já foram traduzidos muitos cursos, sendo o Brasil o terceiro maior mercado da empresa Coursera fora dos Estados Unidos, segundo a Revista EXAME. “Agora a Coursera vai falar português“, acessada em: 22/04/2014.

No Brasil o primeiro MOOC foi produzido e disponibilizado pela USP (Universidade de São Paulo e o portal Veduca) em junho de 2013. E em novembro desse ano foi lançada a plataforma gratuita de educação o YouTube Edu resultado da parceria entre o YouTube e a Fundação Lemman.

Esse canal exclusivo de YouTube reúne vídeos educacionais organizados por disciplinas e nível de escolaridade, que para ser publicados passam por uma rigorosa seleção e análise de professores e especialistas.

Atualmente são muitas as universidades e instituições que oferecem cursos massivos online e abertos. Pois, os MOOCs chegaram e foram muito bem aceitos.  Mas, e isso por quê? Bom, pois oferecem facilidades para a aprendizagem, permitiram popularizar a educação a distância sem limitação de tempo, de quantidade de alunos, de idioma, de distância geográfica, sem requisitos de conhecimentos prévios, e além de todo, de forma gratuita. Nesse formato mais flexível, o professor adquire o papel de facilitador, as avaliações são planejadas para ser por pares e novos modelos de certificação são utilizados, como por exemplo, os badges  (distintivos) importadas da “gamificação”.

Também há outra importantíssima razão para os MOOCs continuar a crescer. Eles oferecem certificados a preços acessíveis para disciplinas oferecidos por renomeadas universidades, de forma tal que você pode obter quantos créditos e certificados quiser e puder pagar da Universidade escolhida, sem ter sido aceitos nela como estudantes formalmente matriculados, sem ter que pagar matriculas e custos de viagem, em fim, qualquer um pode ser aluno online de qualquer disciplina oferecida por qualquer universidade do nosso planeta e independentemente da idade e formação. No fim é uma chance incrível para aprender tudo de todos. 


Uma noticia recenteCoursera anunciou que em 30 de junho vai encerrar o acesso à sua antiga plataforma, isto é, ficará indisponível o acesso a mais de 450 cursos hospedados nela. A maioria dos MOOCs serão migrados para a nova plataforma, que Coursera começou a desenvolver em 2014 e que já pode ser acessada em https://www.coursera.org/courses. A empresa afirma que os certificados de cursos antigos não vão desaparecer desde que os participantes não cancelem sua inscrição.

Já eu tinha publicado este post, porém, voltei a editá-lo para compartilhar este vídeo com vocês. Achei ele entre as minhas anotações, marcado como muitíssimo interessante. Trata-se de uma palestra oferecida pela Daphne Koller quem junto ao Andrew Ng, ambos professores da Universidade Stanford, fundaram a empresa Coursera.

A Daphne apresenta de forma magistral todas as vantagens dos cursos MOOCs, sob o titulo "Que estamos aprendendo da educação online". Não deixem de assisti-lo. 

 
 



sexta-feira, 17 de junho de 2016

Sem recursos sofisticados




Não é necessário contar com recursos sofisticados para fazer coisas diferentes a favor do ensino-aprendizagem. Nem ficar aguardando por novos modelos educacionais. Isso é mostrado no vídeo  a seguir que descreve algumas experiências fantásticas pela sua simplicidade e pelo potencial que as TICs e especialmente as aplicações Web representam para o ensino, neste caso primário. 

Essas experiências exemplificam que os recursos atuais disponíveis ainda estão por ser explorados na educação. E que seu uso requer só uma dose de criatividade por parte da equipe docente para criar e por em prática projetos educativos simples, porém diferentes, motivadores e centrados no aluno.

O vídeo apresenta atividades para aprender sobre escritores literários, científicos e que em geral podem ser utilizadas para pesquisar sobre personalidades da história da humanidade, em destaque nas diversas áreas do conhecimento. Essa aprendizagem tradicionalmente é realizada a partir de leituras de textos, na maioria das vezes sem vinculo à vida real, com pouca ou nenhuma motivação para o aluno, que termina sendo obrigado a aprender de memória as informações e claro, logo as esquecera. Em contraposição os projetos “Callejeros Literarios”  (Literatos das ruas) e “Callejeros científicos” (científicos das ruas) conduzem o processo de aprendizagem por um caminho mais agradável e motivador para o aluno e também para o professor.

Outra experiência aqui descrita no vídeo orienta aos alunos trabalhos em grupo, para gravar leituras de contos, poemas, histórias, etc. Este tipo de atividade permite aos alunos, além de praticar a dicção e entonação, aprender a usar a tecnologia, aprender a dinâmica do trabalho colaborativo, montar os vídeos numa página web junto a comentários. É uma atividade que abarca muitos objetivos.

Sabe-se que o conhecimento é adquirido melhor, quanto mais significativo é a informação para o indivíduo que aprende. Interessar ao aprendiz a conhecer a vida e obra de um escritor cujo nome dá nome a uma rua de seu bairro, é uma forma de procurar o maior interesse nesse processo de aquisição do conhecimento.

Contudo, se a justificativa para pesquisar os nomes das ruas do bairro conduz aos alunos aprender sobre a vida de personalidades, também poderia conduzir ao estudo (na região) de assuntos relacionados à:
  • geografia - por do sol, paisagem, urbanização, meio ambiente, crescimento da população, etc
  • matemática - calculo de áreas construidas, levantamento de dados estatísticos de interesse, etc.
  • e outras disciplinas   
Estes são simples exemplos, há muitos outros na web, há muitos outros nas escolas e instituições de ensino do Brasil e do mundo. É bom compartilhar eles porque também se aprende dos exemplos, das formas, das ideias dos outros, quanto mais consultamos surgem outras novas ideias. Assim é a construção do conhecimento.



segunda-feira, 6 de junho de 2016

É hora de cambiar o ritmo



É difícil encontrar um jovem assistindo filmes dos anos 90, ainda menos dos anos 30. O jovem não aguenta o ritmo desses filmes: ações muito lentas, diálogos descontínuos e demorados, que só causam lhes desmotivação. Em geral, também as aulas, ainda na dinâmica do século XIX , produzem desmotivação não só para jovens, também para as crianças.

Os nativos digitais possuem agilidade na manipulação e uso da tecnologia e como consequência desenvolvem novas habilidades na aquisição de conhecimentos, que agora é através de vários meios, sendo a sala de aula um deles, porém não o único.Por exemplo, jovens ingressos em cursos técnicos de computação, mesmo lidando com a tecnologia como usuários, sentem-se desmotivados quando nos cursos se deparam com os métodos utilizados para ensinar e com o nível de abstração dos conteúdos. 

Sem dúvidas, isso causa dificuldades na aprendizagem e até o abandono das aulas. 

Muitos especialistas, professores, pesquisadores têm observado o efeito que está causando nesses estudantes, o fato de manter o modelo e as formas de ensinar computação como nos séculos passados. Eles estão trabalhando em função de sincronizar as formas de ensinar com o desenvolvimento tecnológico e as expectativas dos alunos.

Um exemplo, desse esforço é relatado neste artigo publicado em 2011 “Ateliê de Objetos de Aprendizagem: Uma Abordagem para o Ensino de Computação em Cursos Técnicos” . Aqui os autores propõem uma abordagem de ensino de computação para engajar os estudantes em um projeto real e de forma colaborativa, na criação de objetos de aprendizagem que poderão ser utilizados futuramente por outros alunos.  Segundo os autores o projeto conseguiu manter a motivação dos alunos e o resultado da aprendizagem foi positivo. 

Outros exemplos de projetos educativos que colocam o aprendiz no papel de criador do conhecimento mantendo-o motivado são descritos no próximo post. 

Escola sem muros



Marshall McLuhan propus a alternativa tecnológica à escola tradicional na sua obra “A sala de aula sem muros” em 1957. Considerou que a maior parte do processo de aprendizagem acontece fora das escolas, através dos diferentes meios de comunicação: TV, jornais, cinema, rádio.  E apontou no seu artigo algumas características da era digital.

“Hoje nas nossas cidades a maior parte do processo de ensino -aprendizagem acontece fora da escola. A quantidade de informação oferecida pela imprensa, as revistas, jornais, filmes, tv e rádio superam em grande medida a quantidade de informação fornecida nos textos e no processo instrucional das escolas. Esse desafio tem destruído o monopólio do livro como principal suporte no ensino -aprendizagem e tem derrubado os muros das salas de aulas de forma tão repentina, que ficamos confusos e desconcertados”

Ele acreditava que a lentidão das mudanças no sistema educacional frente à velocidade das mídias eletrônicas era a principal razão para se preocupar e agir.

Eu entendo essa lentidão como consequência da rígida estrutura, porém,  confortável para administrar a escola, através das funções e da remuneração definidas para cada papel envolvido no processo educacional (professores, coordenadores, etc). Mudar essa estrutura em função de um novo modelo educativo significa, mudar as funções dos papeis, mudar a forma de gerenciar, de exigir responsabilidades,  de estabelecer os objetivos, de medir o desempenho e os erros dos docentes e discentes, e de estimular o bom funcionamento da nova escola sem muros.

Em geral os meios audiovisuais e novas tecnologias tem sido entendidas principalmente como recursos para entreter e para fazer marketing, mais do que recursos super úteis para a educação.  Isso é visto assim na TV, onde recursos e tempo são gastos em programas de participação com foco em banalidades e dissimiles tonterías. Embora esses recursos bem poderiam ser utilizados em programas de competição com foco na valorização do conhecimento e de forma atrativa.

Hoje, os programas de Master Chef tem muito sucesso. Por que? Eles, além de ser divertidos, entreter a família, ensinam, ensinam muito, oferecem conhecimentos explícitos e implícitos:  como fazer receitas, como trabalhar em equipe, como reagir as criticas de jurados espertos, como defender e valorizar o feito individual e coletivamente.

Em geral as pessoas gostam de aprender. Esses programas de cozinha em geral, são exemplos de que a TV pode ser utilizada para uma educação distribuída, rápida, encantadora, divertida, sem muros.

Aproveitando o titulo deste post, recomendo assistir a palestra do arquiteto Takaharu Tezuka quem acredita que a arquitetura é capaz de mudar o mundo e as pessoas e em especial ele apresenta uma escola desenhada com uma arquitetura atrevida, diferente, que rompe com o paradigma das edificações com paredes, com divisão das salas. Uma arquitetura que permite às crianças ter dias divertidos e de muito aprendizagem, de forma diferente aos modos atuais: liberdade de espaço, porém com limites diferentes. Simplesmente apresento a vocês, como novas ideais de mudar algo do atual, exemplo de busca pela melhora no processo de aprendizagem desde a etapa infantil.



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