sábado, 19 de março de 2016

Modelo atual de educação escolar




O homem é um ser histórico e social. Isso significa que carrega uma bagagem de experiências vividas e vai agregando continuamente novos conhecimentos, desenvolvendo competências em diversas e novas áreas do saber, entendendo e construindo seus significados. 

Quem aprende também ensina de alguma forma, ao interagir com outras pessoas a seu redor. Vivemos aprendendo, vivemos ensinando. Ora de forma direita, ora de forma indireta. 

Ensinar e Aprender são ações de um processo iterativo que se inicia ao nascer. Acontece em todo lugar, dentro e fora da sala de aula, na vida domestica, no transito, no ponto de ônibus, ..., e hoje no universo virtual da web com as diversas aplicações e dispositivos móveis.  Nesse contexto o modelo de educação escolar deveria evoluir conjuntamente com o desenvolvimento tecnológico, e se adaptar melhor à realidade para contribuir na conscientização, transformação e libertação do mundo.

Mas, venho observando algo que me preocupa. A cada geração o acervo de conhecimentos básicos a serem adquiridos e exigidos no currículo escolar é cada vez maior. Aumenta o nível de detalhes e de fatos em matérias como, por exemplo: História e Geografia. Aumenta o numero e frequência das avaliações.  Quando utilizado o modelo a distância em geral não é observada alguma transformação e sim uma repetição do modelo tradicional.  Em fim, só vejo alunos sobrecarregados de conteúdos e avaliações. O que deriva, em muitos casos, na desmotivação e perdida do interesse por aprender, pelo menos através do modelo escolar atual bastante tradicional. É notável (e por muitos) que se está educando aos alunos do século XXI como no século XIX.

Vejo alunos interessados em aprofundar conhecimentos de Matemática que não conseguem por falta de tempo, ao precisar estudar outras matérias de menor interesse para eles, porém exigidas com o mais alto rigor de detalhes. E vice-versa, observo também, alunos que gostariam dispor de mais tempo para estudar os processos históricos de um período ou nação, pesquisar além do aprendido em sala de aula e vêm-se obrigados a distribuir o tempo no estudo de outras matérias como Matemática que pelo fato de ser difícil para eles, dedicam mais tempo do que dedicam a outras disciplinas. Ou seja, percebo que no período de ensino obrigatório o aluno encontra obstáculos para desenvolver-se em aquilo que lhe resulta atrativo e interessante, ou que tem algum talento, que bem poderia potencializar ainda sendo muito jovem e contando com tantos recursos, especialistas e informações a seu alcance.

A escola atual conduz a aprendizagem do aluno através de um currículo ou programa escolar preestabelecido, retificado ou modificado as vezes, mas sem perder a sua essência programática e rígida do modelo tradicional, sem considerar as características e competências inatas do aprendiz.

Dessa forma, o processo educativo ao que é submetida toda criança desde a alfabetização até os cursos superiores vai se apoderando e ocupando grande parte do seu tempo. As exigências distribuídas em tantas matérias, colocando se cada uma como a mais importante, com muitos conceitos, métodos, procedimentos, características, propriedades, a maioria para serem aprendidos de memória ou em base à prática repetida de exercícios e resolução de problemas muitas vezes sem vinculo algum com problemas reais.  
E como repercute todo isso na motivação, criatividade e aprendizagem do aluno?
No próximo post compartilho com vocês a minha resposta.
 

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